O carro determinou a face do século passado, em torno dele surgiram à poluição, as estradas, as longas viagens e as megalópoles. No início desse novo século é o celular o inventor de novos paradigmas, de um novo estilo de vida. Minúsculo, é bem verdade, mas você pode levá-lo para qualquer lugar. Não tem fronteira. As informações chegam a qualquer momento, de repente, não existem motivos para distancia, ficou tudo perto e fácil.
Os futurólogos e “doutores pardais” de plantão apostaram na última década que a convergência tecnológica seria entre a TV e o PC. Eles erraram feio, o celular é a convergência. É o celular, e não o computador, que promete levar o mundo digital as massas.
O celular já supera em importância e escala o fenômeno da Internet. É o produto mais importante do século 21. Somos, 3 bilhões de pessoas com um aparelinho no planeta terá uma maquininha na palma de sua mão. Pesquisas apontam que é o aparelho mais cobiçado do planeta.
Um novo estilo de vida surgiu, centenas de milhares de negócios estão sendo criados em todos os cantos do mundo, outros desaparecendo, muitos se transformando radicalmente.
O celular é a divisão entre a era da produção em massa para a era da inovação em massa. Na era digital não se cria para pessoas e sim com as pessoas.
A maioria dos jornais criou áreas especiais para receber mensagens de textos, vídeos e fotos de notícias via celular. É a platéia tomando o palco, é o cidadão comum se tornando um repórter, um crítico, um articulista nas 24 horas do dia, 365 dias por ano.
Não podemos esquecer que o “Mobile Marketing” se tornou a ferramenta mais direta e eficaz de “Propaganda e Marketing” das últimas décadas. Podemos nos expressar e nos informar em questões de segundos. É a maneira mais fácil e pratica de avisar alguém sobre qualquer coisa, utilizando apenas uma frase “Coma no Tio Joe” ou utilizando um vídeo digital.
Não tem que olhar nenhum papel, não tem que ligar o computador, não tem que folhear uma revista. Temos só que olhar na tela do celular para ser avisado.Em menos de um minuto conversamos com o Brasil inteiro.
Claro, que como toda inovação tem seu lado negativo. O celular é o ícone da sociedade imediatista e da cultura consumista, o celular no traz excesso de informações e serviço. O celular se utilizado como ferramenta de spammers e sem critérios de privacidade tornará nossa vida infernal.
Isso nos faz refletir, se a quantidade de informação que recebemos nos deixará impotentes diante de nosso poder de síntese. Será difícil escolher entre os novos chocolates-integrais-com-frutas-da-Amazônia-sem-casca-com-vitaminas-e-fibras.
A sociedade imediatista e o aparelhinho celular derrubaram fronteiras e nos deu mais liberdade. Mas estamos saudosos quando antes só havia três marcas de carro (Ford, Chevrolet e Volkswagen) dois canais de Televisão (Globo e Tupi) e uma só religião (Católica Apostólica Romana). É o Lusco-Fusco da sociedade digital.
Após ler e reler este texto, olhando a serra da Mantiqueira de São Paulo, lembrei-me do filme “Janela da Alma” do cineasta alemão Win Wender, que retrata pessoas com graus diferentes de deficiência visual, que relatam como enxergam (ou não) esse mundo saturado de marcas e imagens.