Palavras escritas ficam para a eternidade! Havia perdido este texto e um dia vasculhando as prateleiras digitais. Encontro-o, li, refleti e relembreida minha 1o coluna Mundo.com! Espero que gostem!
Em uma atitude de fascinação pelo mundo.com, em novembro de 1998,durante encontro com estudantes de uma universidade em Roma, João Paulo 2º ressaltou a importância da internet, declarando: “a internet mudou um pouco o mundo e, obviamente, também um pouco a minha vida”. João Paulo 2º utilizou a internet para superar fronteiras, para um parlatório, aberto 24 horas por dia, sete dias por semana.
A falta de líderes mundiais criou um palco para o surgimento de um grande ator, de um grande personagem que faltava para o mundo. Com João Paulo 2º vimos o retorno do super-homem, ele foi o papa da globalização, tendo visitado 129 países. Ideologicamente conservador passará para a história como o papa que derrotou o comunismo e fechou o livro do socialismo utópico.
Também será reconhecido como o líder religioso que melhor soube utilizar os meios de comunicação moderna, para divulgar a mensagem da Igreja Católica. Utilizou novos mapas para divulgar antigas idéias da Igreja de 300 anos atrás.
Quando a internet ainda estava embrionária, em 1995, o site do Vaticano foi lançado em seis idiomas, incluindo o português.
Contém biografias Papais, agenda de celebrações e informações sobre o Museu do Vaticano.
Em junho de 1998, a internet foi palco do Vaticano para se criar o primeiro documento oficial em idioma chinês assinado pelo papa e transformado em site. A Igreja católica utilizou a internet para quebrar as perseguições e imposições aos cristãos, patrocinada pelo governo comunista chinês.
Um pouco depois, em agosto de 1998,o vaticano passou a transmitir, via internet, os discursos proferidos pelo papa. Quando anunciou as transmissões digitais, a Santa Fé disse que a idéia era “aumentar a presença do Vaticano no mundo moderno da comunicação”.
A força da Igreja Católica ficou nos derradeiros dias do pontífice!A internet e o Cristianismo nunca estiveram tão próximos, detalhes aparentemente irrelevantes criaram uma atmosfera de despedida.
Na sala de imprensa do Vaticano, por exemplo, o protetor de tela dos computadores diz: ”We, journalists, love John Paul II” (“Nós, jornalista amamos João Paulo II”).
No caminho da despedida, Jesus, porteiro de um prédio comercial em São Paulo, aproveitou a internet para, em um gesto de intimidade, entrar em um portal, clicar em um banner que avisa aos internautas “Deixe sua última mensagem para João Paulo II”. O cristão brasileiro clicou e escreveu: ”Obrigado por mostrar meu anjo! Antônio de Jesus – São Paulo-Brasil”.
A cerimônia fúnebre foi acompanhada por centenas de milhões de sites, da NBC norte-americana á Al Jazira árabe, passando por blogs russos, terminado pelo site oficial do governo chinês, presente, pela primeira vez, no Vaticano.
A internet também está ajudando a angariar votos para os papáveis é um dos nomes mais cotados para ser futuro papa é o do cardeal alemão Joseph Ratzinger, que possui até um fã-clube, com página na internet (www.ratzingerfanclub.com). O site divulga a biografia do cardeal, vende camisetas, bonés, canecas, bottons e outras lembranças.
Ironicamente alguns produtos são “Made in China”, um país que é contra a Igreja e na maioria das vezes utiliza trabalho semi-escravo para baratear as mercadorias, o que certamente é um contra-senso para uma entidade que se opõe á desigualdade e injustiça social. Porém, a internet é um veículo democrático, há textos de apoio e protestos, escritos com absoluta improvisação e inocência. No entanto, algumas vezes há críticas anônimas, como a que citou a célebre frase de Galileu “Adeus papa, e infeliz a terra que precisa de heróis”.
Religioso ou não, concordando ou discordando de João Paulo 2º, perdemos não apenas um líder religioso, mas um grande pacifista. Ele respondeu a célebre pergunta feita por Stalin para Roosevelt e Churchill, após a Segunda Guerra:
“Quantas divisões tem o papa? Ele não possui fuzis, tanques, navios ou aviões”. Ele só soube falar de amor, de compreensão, de justiça social e igualdade entre povos e, por tudo isso, surgiu como um super-homem.