Recentemente fui convidado para palestrar para 300 educadores do Grupo “Salesianas” um grupo que reúne dezenas de escolas no Brasil. Administrado por irmãs católicas, que acreditam na educação como grande motor para o futuro.
A educadora Irmã Raquel, abriu o evento e fez um rico paralelo com o livro “Modernidade Liquida” de Zygmunt Bauman, proclamando “Vivemos um tempo que exige repensarmos velhos conceitos. Dar novas formas ou enterra-los”
Irmã Raquel, convocou suas amáveis educadoras para dar autonomia, ou seja independência moral e intelectual para os alunos.
Ensinar que alunos devem desde cedo entender o ato de governar a si mesmo, através da autonomia do pensar.
Professores devem ajudar o outro (aluno) a ser autonomo – Genial, a fala da educadora, quando vivemos um mundo de pasteurização da informação, não?
Ensinar o que significa coletivo e comunidade – em um mundo onde a individualização reina –
Ensinar que a tolerância é tolerar o intolerável – em um mundo onde pessoas morrem pela sua opção sexual, religiosa ou politica. (irã, Afeganistão e Cuba)
Ensinar valores inegociáveis neste mundo, como ética, amor ao próximo, gosto pelo inovar e o pioneirismo.
Após ricas discussões, sai de lá com vários questionamentos.
Como a escola supera o tempo e o espaço, em um mundo imediatista?
Como prepararemos as pessoas, para um mundo onde as profissões mudam radicalmente a cada 5 anos?
O formato atual da Escola ajuda a escolher o futuro dos promissores alunos?
Acabou a fase, da aula cronometrada em espaços concretos. O espaço escolar, espalha-se pelo blog do professor, facebook, orkut, twitter, redes sociais dos protagonistas da educação?
Educador e alunos definindo o que é periférico e importante?
Educadores devem se identificar com aluno. Acabou o mundo da tirania educacional – que Pink Floyd cantou em “another brick in the wall”. Ou seja, a comunicação só acontece quando você se identifica com o outro?
Em meus cursos na ESPM, utilizo uma rede social exclusiva de colaboração e sabedoria das multidões para meus alunos. (Use ela também é gratuita Basecamphq).
Utilizo um blog, facebook, Twitter e ning para interagir, aprender e compartilhar com os alunos.
Porém a humanidade 5.0, se reinventa e o Brasil inteligente avança. Ao contrário do que disse uma vez Monteiro Lobato não, não e não “O Brasil é um deserto de idéias”
Algumas idéias de mudanças.
Fundação Roberto Marinho e sua inovação na década de 70, que através da Televisão chegou em comunidades que só teriam escolas décadas depois. Uma revolução silenciosa.
O SEBRAE/EAD e seus mais de 600.000 aprendendo negócios e empreendedorismo através de Educação a distância (EAD) capitaneado por Marcia Matos.
Médicos sem fronteiras e sua nova forma de educar.
Conflitos Globais um game e o poder das mídias interativas para o contexto educacional – projeto capitaneado por Gilson Schwartz da USP
Acessa São Paulo, um projeto de inclusão social através capitaneado pela Escola do Futuro
Conexões tecnológicas e a educação através da arte – projeto capitaneado pelo Instituto Sergio Motta
Centro de inovação e Criatividade e seus cursos de inovação em formato pílulas, suprindo a demanda de profissionas de inovação no Brasil – capitaneado pela ESPM.
Sociedade Brasileira da Gestão do Conhecimento -SBGC e seus eventos Brasil afora para discutir a gestão da inovação.
Raio Brasil e o mapa vivo das Lanhouse – capitaneado por Cacau Guarnieri e Marcelo Pimenta
Acredito, que ações como estas levarão o Brasil a ter universidades de padrão mundial (World Class University)
E não, menos que a nossa venerável Internet, também colabora, levando a educação a todos os cantos e concorrendo ao Prêmio Nobel da Paz, veja o manifesto aqui
Resumindo, nós educadores não devemos incentivar a falha, ensinar os alunos em enxergar em 4 dimensões, acabar com os muros e não considerar todos os alunos como algo igual.
Agora começo a entender! Confesso, décadas depois, porque eu não entrei em comunicação na USP, ao qual de 20 questões de cada matéria – acertei todas de história, errei uma de geografia e duas de português, porém fui mal em química. Ou seja, para mim, sim, química era uma matéria periférica. Começo a entender!