A revolução foi silenciosa, as forças seculares acreditavam que a web era apenas uma brincadeira de jovens petulantes!
Como a “chama que consome os mais limpidos diamantes” surgiu o renascimento da inovação digital, a era da generosidade e da criatividade coletiva!
Porém empresas e governos, perceberam os diácomos da tempestade digital e estão dispostos a fazer a nossa amada internet funcionar de uma maneira diferente.
Para no final promover interesses políticos e comerciais falidos! Muitos poderes que não cabem em uma era do conhecimento coletivo!
A Revista The Economist estampou em sua capa “Os novos muros da web – Suas normas abertas, que derreteu as fronteiras existentes entre academia, empresas e redes de consumo está em perigo de perder sua universalidade.”
Essa tal de “neutralidade da rede”, que nasceu com a internet e deu-lhe o caráter aberto e democrático que teve até agora.
Por ironias da deusa das casualidades, o primeiro grande ataque foi de Paris – o berço da Revolução Francesa, que ensinou a civilização ocidental os conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
O enfadonho Presidente Sarkozy levantou as barricadas em seu Quartier Latin, prendendo jovens que abaixavam música na internet, através da lei “Création et internet”, ou Lei Sarkozy, em resumo (censura sem a participação do Judiciário, o que representa uma clara violação ao direito à privacidade e à presunção de inocência) Veja aqui
A The Economist desvendou “A Grande muralha digital Chinesa, o firewall estatal que já impõe um controlo rigoroso dos links de internet com o resto do mundo, monitorando o tráfego e fazendo muitos sites ou serviços indisponíveis. Há também, países que não toleram a democracia das idéias como Irã, Cuba, Arábia Saudita e Vietnã, embarcaram em seus murros de Berlim da era digital.”
O ativista digital e músico Damian Kulash escreveu para o The Washington post “Passei uma década trabalhando com a indústria fonográfica, um setor em que as grandes excluem todo o resto. Criatividade e inovação ficam muito atrás do dinheiro em importância e todos perdem, até as grandes. Elas se isolaram da mudança por tanto tempo que cavaram seu túmulo. O sucesso é mais frequentemente comprado que conquistado.
A internet é o mercado mais puro para ideias que o mundo jamais viu, e o poder espantoso desse campo de jogo nivelado revolucionou tudo.
Na internet, quando envio meus uns e zeros para algum lugar, eles não deveriam ter de esperar na fila atrás dos uns e zeros de pessoas ou corporações abonadas. Esse é o modo como a internet foi planejada, e é fundamental para um conceito chamado “neutralidade da rede”, que garante que os provedores de serviços de internet não podem escolher favoritos.”
Há alguns anos Lawrence Lessig e Robert McChesney, especialistas das universidades de Stanford e Illinois, disseram se o fim da neutralidade acontecer, “a internet começará a ficar parecida com a televisão a cabo, onde meia dúzia de grandes empresas controlarão o acesso ao conteúdo e sua distribuição, decidindo o que você vai ver e quanto vai pagar por isso.”
Da série a série, poder absoluto corrompe absolutamente de Maquiavel – Vinton Cerf, pioneiro em tecnologias da informação, considerado por muitos “o pai da internet” que foi o grande orador
da manutenção da neutralidade da rede, declarou a todos os ventos em alto e bom som “As gigantes de telecom querem nos impor um modelo do século 19 no mundo do século 21”, comparando a internet pedagiada às práticas monopolistas que marcaram, 150 anos atrás, a construção das redes de telégrafos – a primeira malha global de comunicação rápida que o mundo conheceu.
Com sadismo a deusa das casualidades. Fez o Google esquecer seu mantra “Não seja malvado” e Vinton Cerf seu vice-presidente, provavelmente pediu para esquecerem o que ele escreveu – A gigante de busca embabascou o mundo com sua sórdida manobra para criar pistas exclusivas na internet com a Verizon e colocar em xeque o modelo atual de neutralidade na rede.
Justamente “O Google que começou numa garagem e se tornou um líder industrial por ter grandes ideias e não montanhas de dinheiro. Mas, agora que a internet já existe há tempo suficiente para ter desenvolvido seus próprios gigantes, precisamos garantir que eles não arruínem o que é grande na tecnologia que os produziu.” Profetizou Kulash.
Aprovar o acordo Google-Verizon, ou atitudes de países que não admiram a democracia ”Seria como ter uma legislação sobre direitos civis que tratasse da ocupação de assentos em ônibus, mas excetuasse escolas, locais de trabalho e cabines de votação.” Como disse a voz inteligente de Damian Kulash.
Emocionante o paragrafo final da The Economist ”Este jornal sempre defendeu o livre comércio, mercados abertos e a concorrência vigorosa no mundo físico. Os mesmos princípios devem ser aplicados na internet também.”
Você ai pode se engajar em ajudar a eleger a Internet como Nobel da Paz em 2010, se engajar no projeto savetheinternet.com.
Somos ou não somos, tech-anarquistas graças a Deus∂
Nestes anos em vez de atirarmos pedras como na revolução estudantil de 1968, vamos usar nossos mouses e deletar velhas formas de um mundo que naufragou.
Contamos com você, camarada!
Inspirado em
EUA começam a discutir o futuro da internet. Integra aqui